em construção permanente






segunda-feira, 1 de outubro de 2012


1º de Maio de 2012


Ao som da Bachiana Filarmônica do Sesi e sob regência do maestro João Carlos Martins, o Cebolinha, personagem criado por Maurício de Souza, em fim, devolve o coelho Sansão para Mônica (outro personagem criado por Maurício de Souza).


  Quinze dias após passar por uma cirúrgia no cérebro para voltar a ter os movimentos do braço esquerdo, o Maestro João Carlos Martins emociona o público presente no Parque do Ibirapuera em São Paulo regendo a Bachiana Filarmônica do Sesi.

sábado, 10 de março de 2012

UM PIRATA CHAMADO ZÉ MANÉ

Se querem mesmo um dia acabar com a pirataria, recomendo que iniciem este trabalho começando pela Peste Negra que assolou o mundo no século XX, mais conhecida como Windows. Ao adquirir este software, junto aos seus tantos aplicativos, você ganha de "presente" um programa que te possibilita efetuar a edição de um novo DVD e, até mesmo, a cópia de outro já existente. Isto possibilita ao proprietário fazer no conforto do seu lar, a criação de um produto (chamarei assim o desenvolvimento de um trabalho pessoal) na quantidade que bem quiser, mesmo tendo em mãos um DVD com uma simples mensagem registrada na caixa ou no encarte, informando a proibição da cópia do produto para fins comerciais. Se o seu Windows for um daqueles adquirido tranquilamente em qualquer esquina ou em algum site da web, logo ele é considerado um "produto pirata" e você será punido por ter cometido um crime contra às leis de direitos autorais, a tal da copyrigth. Mas aí eu faço a seguinte pergunta: Como foi que esta enfermidade conseguiu espalhar-se através dos quatro cantos do planeta em tão pouco tempo, e coisas muito mais importantes como os coquetéis que combatem o vírus HIV não chegaram com esta mesma velocidade nas mãos dos milhares de contaminados que vivem seus últimos dias de vida no continente africano, por exemplo? Oras pois (como diria o dono da padaria), simples assim! O povo vai até uma loja, compra um Windows novinho em folha, paga uma fortuna por uma licença de uso temporário e, dentro dele mesmo, utiliza o aplicativo ilustrado na imagem abaixo para reproduzi-lo e distribuí-lo de mão em mão. Isso é ruim para a empresa que teve o todo o trabalho do mundo para desenvolve-lo? Um cidadão conservador vai responder claro que sim. A empresa vende o produto na loja por "X" e um Zé Mané que não quer saber de trabalhar copia o produto ilegalmente e vende a preço de banana, olha o tamanho do prejuízo! Meu senhor, eu aposto que o criador teria muito mais prejuízo e não atingiria seus reais objetivos se o seu produto não chegasse dentro da casa do maior número de pessoas em todo o mundo. O que realmente eles querem é ganhar o jogo com as milhares de atualizações que nos imploram ajoelhados para serem realizadas à cada START. 

Obs: Sim, o meu foi adquirido na esquina, mas não adianta vir atrás por que esta é a última imagem dele na minha tela. Migrei com destino à liberdade que só um SOFTWARE LIVRE pode proporcionar e aproveito para mudar um pequeno trecho a letra de uma canção (acho que a letra é do Cazuza) que diz assim: "Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo" para eu uso mas sou artista, estou do lado do povo, DO POVO! 


terça-feira, 6 de março de 2012

LENDO SUA PRÓPRIA IMAGEM

Esta imagem que fiz no ano passado (2011) me faz ter diversas conversas comigo mesmo. Uma delas por exemplo é a questão da degradação humana que vem rapidamente à cabeça se o olhar ficar preso à imagem do homem que caminha pela calçada da Rua Augusta em São Paulo, sob à luz do dia, carregando seu fardo nos ombros. Um ser humano que vive à margem da sociedade sendo humilhado por milhares de olhares diariamente e até o fim da sua vida, esquecido por sua família, amigos e governo, torna-se um objeto fácil para compor o vasto repertório que o homem possui em suas mazelas. Então, resolvi fazer o exercício mental de deixá-lo invisível ao meu olhar para tentar encontrar algo que pudesse tirar o meu primeiro pensamento e isto acabou sendo mais fácil do que imaginei. Foi só focar nas paredes em ruínas, abandonadas por alguém que jamais vai voltar e na porta aberta, convidando para a entrada em seu interior por qualquer um transeunte. O espaço sem dono gritando por socorro. Mas e depois deste exercício o que foi que eu tirei dessa leitura? A degradação humana esta na sua frente, ao seu lado e em qualquer canto que o seu olhar se dirigir. Só não enxerga o cego de consciência e aquele que gosta de tapar o sol com a peneira. Se o seu esta garantido o dele ainda não, então abriremos os olhos e usaremos óculos escuro apenas em casos extremos, certo?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Boca de bueiro

A boca de bueiro é a janela de entrada para o submundo
Que o mundo finge não ver.
É a boca que nunca diz não. Nem talvez.
A boca que de tudo aceita, um pouco:
O lixo do seu luxo.
A bituca do seu cigarro.
O desprezo dos seus pés.
A água da chuva e seu fluxo.
É a boca sem dente. Que fede. Que engole o vômito do bêbado.
Que abriga a família da barata. Que absorve o absorvente da mulher amada.
A boca de bueiro é a boca a ser beijada. Sem batom, porém, melada.
A boca de bueiro é a janela de entrada para o submundo
Por onde o mundo inteiro respira
Quando as narinas estão ocupadas
Com o progresso das redes sociais.

Sérgio Silva. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

O buraco no espelho


Fazia-se silêncio.
Mas o silêncio era tão profundo que se tornava barulhento.
E misturava-se com o som da água que pingava da torneira irregular sobre a pia.
A parede branca se perdia atrás das minhas costas.
A janela estava longe de tudo.
Quase não me reconheci através do buraco do espelho.
O rosto estava inchado e a barba por fazer.
Chamei pelo meu nome e não pude ouvir minha própria voz. Movimentei os olhos da esquerda para a direita, de cima para baixo, e eles permaneceram paralisados.
Quis fechar a torneira e minhas mãos não me obedeceram.
Eu sentia todos os meus membros, mas eles não obedeciam aos meus comandos.
Esta estranha sensação de não ter resposta aos meus pensamentos virou medo.  
Pensei em algo que eu poderia fazer e os fragmentos dos meus pensamentos dissolveram-se através do reflexo do espelho. Não descobri para onde foram e nem como se foram. Restavam-me somente as dúvidas.
Talvez tivessem escorrido através do ralo da pia junto com a água que pingava da torneira. Talvez tivessem me abandonado durante o sono. Talvez tivessem caído no chão do lado de lá.
Ver a minha imagem através de poucos centímetros de largura, pelo menos nesta hora, significava que eu ainda estava vivo.
Assim o medo vai embora.
Não preciso mais ficar aqui de olhos abertos contando o tempo através da passagem dos raios de luz pela tênue fresta da janela.
Tenho uma vida lá fora e com ela preciso continuar.
O ruído da água calou-se e um novo silêncio acordou-me diante do espelho do banheiro.
Meu coração encheu-se de esperança mesmo não o sentindo há mais de meio século.

Sérgio Silva.